SECÇÃO: Opinião |
O que irá acontecer ao comércio tradicional?O comércio tradicional será um dos sectores mais atingidos pela crise. Terá sido, sem quaisquer dúvidas, o que começou a sentir os primeiros sintomas de um mal que se alastrou, atingindo todos os sectores económicos do país, ou dos países, para sermos mais abrangentes. A crise é um termo utilizado por aqueles que estão ligados ao comércio, tradicional ou mais sofisticado. As transformações sociais e a criação de novos hábitos de vida e de consumo fez alterar muita coisa neste país. O Algarve não foge à regra e talvez seja, entre todas as regiões do país, a que mais alterações teve. Negativas numa perspectiva de integração dos pequenos estabelecimentos comerciais num universos onde as grandes superfícies impõem um domínio quase ditatorial. A ACRAL é a mais importante associação de defesa dos interesses dos pequenos comerciantes, existentes no Algarve. Muitas vezes criticada por pouco ou nada fazer, para evitar que os grandes grupos económicos invadam a região com supermercados, retails parques e quejandos, o certo é que os seus directores têm um histórico de luta que não poderá ser olvidado. Só que as batalhas têm sido árduas porque os opositores são poderosos e têm fortes aliados. Batalhas semelhantes às que Miguel Cervantes retrata no seu conhecido Dom Quixote, lutando contra moinhos de vento. Agora que os grandes espaços enxameiam o Algarve de lés-a-lés e os turistas (potenciais clientes) ainda que não directos, mas alimentando-se nos restaurantes do exterior ou nos hotéis e apartamentos, são menos, para não dizer muito menos e perspectivando-se reduções preocupantes, o que irá acontecer a essas grandes ilhas comerciais? Reduzir pessoal, baixar os preços ou desmontar as tendas (uma força de expressão) e abandonar os locais onde se instalaram? E os pequenos comerciantes que se vão adaptando às realidades são confrontados com outras dificuldades acrescidas? Diz-se que as pessoas não poderão deixar de comer e por isso têm de consumir produtos alimentares, mas no comércio tradicional ou no grande comércio há outros produtos para comercializar. Se o dinheiro faltar os negócios não se fazem e as firmas, mesmo pequenas terão de fechar. É aqui que a ACRAL terá um papel muito importante, em consonância com outras associações que existem no Algarve. A recente eleição, ainda que não tenha sido muito participada, pelo menos em elencos directivos, veio colocar nas mãos dos novos corpos sociais tarefas bem difíceis. João Rosado, o novo presidente da Direcção, tem uma grande experiência omo gestor e são conhecidas as suas lutas para evitar que se instalasse em Portimão o Retail Parque. Nos outros órgãos sociais estão, os ex-presidentes, Gilberto de Sousa e Álvaro Viegas o que dá garantias de uma acção concertada em defesa dos interesses dos comerciantes algarvios. A luta é difícil mas a vontade e a determinação poderão fazer com que o comércio tradicional não morra. Por: Arménio Aleluia Martins |
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