Edição de 12-03-2009
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Arquivo: Edição de 05-03-2009

SECÇÃO: Opinião

Dar sentido à vida

Em tempo de crise, é urgente que cada um de nós encontre um sentido para a sua própria vida. Renovando a fé, aprofundando o amor familiar, partilhando experiências com os amigos e colegas de trabalho, exercitando a mente, ocupando da melhor maneira os tempos livres, é possível conservar a esperança e descobrir que os pormenores da vida são mais importantes do que os grandes sucessos ou as grandes realizações

É preciso olhar para o mundo e para nós próprios com outra abertura mental. Dar um sentido à nossa vida, começando por compreender o mundo que há dentro de nós e com o qual temos de lidar todos os dias.

Se fizermos o nosso próprio exame de consciência, estamos mais aptos, mais conscientes e mais disponíveis para compreender os outros. E não precisamos de reinventar grandes filosofias de vida para vivermos a vida com uma certa serenidade.

Devemos desenvolver a nossa espiritualidade sem fanatismos e transformar as nossas fragilidades em força, através da nossa fé interior. Diz o ditado que “a fé move montanhas” e nós sentimos como Iris Boff Serbena que “Fé e Vida crescem juntas”.

Não são os grandes prazeres mundanos que nos dão felicidade. Nem tão pouco os gastos supérfluos, que na maioria das vezes só nos iludem as frustrações acumuladas. Uma lágrima de amor, um gesto de ternura, um sorriso de criança, um laço afectivo, a palavra sábia de um idoso, são bem mais importantes do que um passeio apressado ou um olhar de stress nos corredores do consumo.

É certo que nos deixamos ir abaixo muitas vezes. Somos humanos, somos vulneráveis, não escapamos ao purgatório das tentações. Mas, em tempo de crise, podemos renovar o gosto de partilhar, podemos ocupar o tempo a fazer qualquer coisa que gostamos para recuperar a auto-estima, podemos ir ao encontro daquele amigo com quem ainda se pode desabafar e confidenciar as nossas preocupações. Os amigos são raros, mas ainda existem. Por outro lado, estar em família, conversar, ler, dar um passeio à beira-mar ou percorrer os campos do amor e da saudade, praticar desporto ou fazer uma caminhada, tudo isso nos ajuda a dar outro sentido à vida.

Todos nós temos as nossas limitações, as nossas fraquezas, as nossas fronteiras, mas ter a consciência delas é já um primeiro passo para organizarmos a nossa vida em função do que somos e do que podemos ser.

Precisamos de ter uma atitude de firmeza, de coragem e de esperança, a nível profissional, familiar ou pessoal. Não devemos demitir-nos de ser como somos e olhar dentro de nós é um passo importante para compreender o comportamento dos outros. É sempre possível melhorarmos o nosso relacionamento humano e aprofundarmos a nossa fé em Deus.

Devemos escutar a voz do coração, sintonizarmo-nos com ele, sentir como o filósofo que diz que “a civilização está no coração do Homem”. E descobrir também a poesia da vida, a sua verdadeira beleza, o significado da sua expressão mais profunda.

A humildade, a gratidão, o amor, enriquecem a nossa vida. O que parece faltar ao Homem moderno são, sem dúvida, estes valores.

As nossas inquietações não se resolvem semeando o ódio, a inveja ou a desconfiança. Em tempo de crise, devemos redobrar a nossa atenção solidária, devemos auto-ajudar-nos e ajudar os outros. Às vezes, acabamos por descobrir que ajudando os outros, sentimo-nos mais leves, mais calmos, mais confiantes em nós mesmos.

Sabemos que a vida é difícil. Se fosse fácil, talvez não tivesse interesse. A vida obriga-nos a uma luta diária e é isso que nos proporciona o autoconhecimento.

Só Deus nos dá o descanso para o nosso espírito. O mal é que muitas vezes nos afastamos Dele.

Por: Luís Monteiro Pereira

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