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Edição de 26-08-2010
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SECÇÃO: Albufeira

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Obra na Guia de 6 milhões de euros

Lançada primeira pedra na Escola Básica Integrada

A freguesia da Guia vai ter uma Escola Básica Integrada e Pavilhão Desportivo, cuja primeira pedra foi lançada no Dia do Município na presença de muito público entre o qual diversas entidades oficiais.

No palanque tomaram lugar além do presidente da Câmara Municipal, Desidério Silva, vice-presidente José Carlos Rolo, vereadores Carlos Quintino, José Manuel Sequeira, Marlene Silva, Ana Pífaro e David Martins, presidente da Junta de Freguesia da Guia, Joaquim Vieira, Director Regional Adjunto da Educação, Eduardo Carmo Dias, o Presidente da Associação de Municípios Portugueses, Fernando Ruas.

Presente também o empreiteiro António Silva Campos, o padre Manuel Condeço, pároco da Guia que deu a benção e o arquitecto Marco Caldeira, da Divisão de Edifícios e Equipamentos que fez a apresentação técnica da obra.

Estamos todos de parabéns

Desidério Silva começou por evocar o nome do ex-presidente da Junta de Freguesia da Guia, recentemente falecido, dizendo: “As minhas primeiras palavras vão para a memória do presidente da Junta de Freguesia que nos deixou há cerca de um mês.

O Santos é uma pessoa que falta aqui e queremos recordá-lo neste momento pela sua grande ajuda para que fosse possível esta obra, nomeadamente “demarches” para a aquisição dos terrenos, não só para a escola como para os acessos à mesma. É uma forma de homenagearmos aquele que muito contribuiu para o desenvolvimento desta freguesia e que ficará para sempre na nossa memória e nos nossos corações.

Esta á a resposta àqueles que duvidaram e criticaram quanto à possibilidade de se realizar esta obra. Foi um processo difíci a aquisição do terreno mas hoje cá estamos para a iniciar.

Curiosamente fala-se neste momento no fecho de 700 escolas e nós contrariamente estamos a iniciar uma para quase 400 alunos. É a realidade deste concelho fazendo questão da educação uma prioridade. Somos uma cidade de inclusão onde há pessoas de muitas nacionalidads e onde damos ênfase às várias áreas de educação e da juventude. Também esta escola terá um pavilhão desportivo que servirá não só aos alunos mas a toda a comunidade. Este complemento educação / desporto tem sido a nossa bandeira ao longo dos anos num contexto de valorizar a formação integral dos nossos jovens e cidadãos. É um momento muito feliz para esta terra e para o concelho de Albufeira particularmente para os jovens e suas famílias. A partir do próximo ano lectivo os alunos não terão que ir para o Algoz ou Albufeira. Poderão ficar aqui ajudando também a economia local.

Estamos todos de parabéns e estes são momentos que nos fazem muito felizes, enquanto autarcas”.

Escola e pavilhão abertos à população

Com responsabilidades na área do ensino, José Carlos Rolo, vice-presidente da Câmara, começou por dizer:

“Temos tido ao longo destes nove anos que estamos na Câmara Municipal uma intervenção geral relevante. Já construimos 4 e esta será a quinta escola.

Uma comunidade não se desenvolve sem uma juventude bem formada e uma educação que prime pela qualidade. Não compete apenas esse papel às autarquias mas também a todos os educadores incluindo professores e famílias.

A escola não se limita apenas à transmissão de conhecimentos mas também deverá referenciar-se pela transmissão dos valores de uma sociedade que cada vez vai sendo menos disciplinada e rigorosa. Há que inverter um pouco essa marcha e é nesse sentido que nós para além da missão de ensinar proporcionamos os meios para que esse ensino seja o melhor possível.

Certamente teremos daqui a uns anos uma sociedade melhor pois é com esse objectivo que hoje trabalhamos.

Estamos a atravessar uma grande crise pelo que um investimento como este, que ronda os 5 ou 6 milhões de euros, é relativamente grande. Mas é o fechar de um ciclo de intervenções que temos seguido no concelho.

Duplicámos o número de sala de jardim de infância e esta escola vai também permitir aumentar o número de oferta de jardim de infância nesta freguesia.

Onde funciona hoje a escola do 1º ciclo vai passar a ser utilizada depois da adaptação para o pré-escolar.

Será uma oferta para 50 crianças no próximo ano lectivo. Uma palavra para os técnicos da Câmara Municipal pelo trabalho realizado conseguindo este terreno depois de alguns anos de luta. Uma palavra também para o empreiteiro António Silva Campos que esperemos vá cumprir escrupulosamente o que foi contratado para que em Setembro de 2011 tenhamos a escola a funcionar. Será também utilizada pela comunidade, não só o pavilhão desportivo como a biblioteca. Uma escola não pode ser apenas dos educadores e alunos mas também de toda a comunidade que a envolve”.

Um dia muito importante

O recém empossado presidente da Junta, Joaquim Vieira teve uma intervenção breve referindo: “Este é um dia importante para esta freguesia já aguardado há muito tempo. Concretizou-se a aquisição do terreno e agora esperamos que daqui a um ano esta obra esteja concluída.

Não foi fácil arranjar os terrenos, assim como a sua localização. Entendemos que a Guia deve crescer para sul da 125.

Agradeço a vossa vinda e como todos estamos empenhados na construção desta obra certamente venceremos as dificuldades que possam surgir”.

O reordenamento escolar do país

O Director Regional Adjunto da Educação, Eduardo Carmo Dias focalizou a sua intervenção na reestruturação que está a ser feita no ensino.

“É um prazer enorme estar nesta cerimónia com o representante de todos os autarcas do país.

Agradeço o convite para estar presente e reconheço o que esta obra representa para a educação, não só do concelho de Albufeira como para o Algarve.

Foi um processo que se arrastou por algum tempo mas que correspondia a uma necessidade absoluta desta freguesia. Certamente daqui a um ano será possível estar noutra cerimónia de inauguração de uma nova escola com os alunos, professores e famílias a assistirem.

Temos vindo de largos anos para cá a fazer o reordenamento escolar do nosso país. Havia um conjunto de pequenas unidades escolares com 2 salas de aula que respondiam às necessidadades das populações de há 40 anos. Hoje tudo mudou e as necessidades alteraram-se radicalmente em função do desenvolvimento tecnológico e dos anseios e direitos das populações. A escola tem a obrigação de proporcionar um conjunto de aprendizagens diferentes, nomeadamente a iniciação às novas tecnologias, ao conhecimento da uma língua estrangeira e à prática desportiva.

Quando há apenas uma turma e um professor a leccionar os 4 anos de escolaridade não é possível esse ensino. Se por um lado tínhamos a proximidade que também é importantíssimo das crianças em relação ao seu local de residência, a verdade é que quando esses meninos iam para outras escolas mostravam muitas dificuldades em termos de socialização e aprendizagem. Hoje, com o desenvolvimento do país e o aparecimento de vias de circulação mais rápidas é possível com o apoio das autarquias locais ir a pouco e pouco proporcionando às crianças uma aprendizagem em melhores condições.

Os meus parabéns à autarquia e à população da freguesia da Guia”.

Fechar uma escola é fechar uma aldeia

O Presidente da Associação Nacional dos Munícipios, Fernando Ruas, esteve presente no acto e a encerrar deixou a sua opinião.

“É o poder local que leva os investimentos onde são necessários. Albufeira é um caso extraordinário. Venho cá de vez em quando e é um grande regozijo estar presente neste dia.

É tempo de deixarmos de dizer que os municípios apenas querem alcatrão e betão. Dedicam-se a áreas que até aqui lhe fugiam, nomeadamente o ensino e a cultura onde se gastam fatias importantes dos orçamentos municipais. Gostara de relevar este exemplo que os municípios dão em contraciclo com aquilo que acontece no país.

Quase que me apetecia dizer “Outros fecham, abramos nós”.

A contrariar as palavras do director regional adjunto disse: “Encerrar uma escola com 20 alunos pode parecer uma boa gestão. A centralização do ensino tem alguma virtualidade mas fechar uma escola com 20 alunos é como fechar uma aldeia e se as fecharmos o interior ficará deserto.

Se juntarmos a isso o fecho de algumas unidades de saúde, estamos a fechar uma parte do país.

Tem que haver limites e esses são os do razoável e do bom senso.

Se assim não fosse poderíamos fazer um país mais simplificado. Viveríamos todos em Lisboa que seria uma capital muito grande com 10 milhões de pessoas que seria 1/3 da cidade do México. Escusávamos de ter as auto-estradas, etc., etc., Só que isto nã era um país e nós queremos viver como cidadãos tendo a faculdade de escolhermos o lugar onde queremos viver.

Este não é o país equilibrado que queremos construir. Uma das causas, por exemplo, dos incêndios tem a ver com a desertificação.

Se fizermos tudo limitados ao binómio custo/benefício há populações que nunca mais terão electricidade, água, etc.

Uma escola não é algo físico que se põe numa comunidade sem mais nada. Tem que haver uma integração perfeita na sociedade.

A parte física faz-se mas há o interesse dos destinatários da comunidade e dos alunos para quem ela irradia.

Desejo as maiores felicidades.

Bem podem os velhos do Restelo atacarem o poder local, fazer elogios à centralização que se ele não tiver força ficaremos muito mais desprotegidos”.

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“Dificuldade para encontrar terreno”

Referiu Deidério Silva

Em jeito de conferência de imprensa Deidério Silva falou aos jonalistas: “Tivemos muita dificuldade para encontrar terreno pois os proprietários não colaboravam e dizia-se que a escola nunca seria feita. Mas, afinal conseguimos o que pretendíamos e dar respostas concretas lançando hoje as primeiras pedras.

É uma obra que vem mudr a realidade educacional desta freguesia porque é uma escola que vi estar também aberta à comunidade com um pavilhão desportivo, uma biblioteca e um auditório para 90 lugares

A sua execução andará num valor a rondar os 6 milhões de euros, apenas comparticipada numa pequena verba pelo estado. É um esforço muito grande do município. Trata-se de um conjunto de 5 escolas que fizemos desde Janeiro de 2002 num concelho que tem uma natalidade superior à média nacional.

É esta a função autárquica e do poder local. Quem tem dúvidas basta acompanhar algumas iniciativas para ver qual a diferença entre quem fala de uma secretária no Terreiro do Paço e o que está a sujar os sapatos no dia a dia”.

Fernando Ruas referiu que não há qualquer luta e o poder local não é contra poder.

“Nós somos a outra face do poder tão ou mais legítima. Temo os mesmos destinatários e era bom que se percebesse isso. De vez em quando actua-se muito na base da desconfiança.

Imagina-se que quem mais quer o desenvolvimento desta freguesia não sejam os seus habitantes? Não é ninguém do Terreiro do Paço que vem dizer: olhe aqui deve ser terreno agrícola. Será que quem está instalado em Lisboa sabe melhor qual o aproveitamento territorial? Naturalmente que não.

Portanto, surgem depois os excessos como o libertar uma zona agrícola provavelmente até abandonada para fazer um equipamento ao serviço da população.

Diria que não devia ser na base da desconfiança nem do descentralismo.

Poderemos ser o país mais pobre da Europa com a capital mais rica da Europa.

Se eventualmente alguma escola fechou sem o consentimento da autarquia, foi quebrado um princípio que acordámos, nomeadamente com o Ministério da Educação. Não se isso aconteceu mas faremos ouvir a nossa voz, se assim for”.

AM

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