SECÇÃO: Política |
Mulheres na política“Elas” não fazem nada sem ordem “deles”Face à situação que o PSD enfrenta, um grupo de mulheres algarvias demonstra desejo de constituirem num “Grupo de Trabalho Mulheres Social Democratas”. Mas a ‘luz verde’ não aparece As sondagens reveladas na Comunicação Social, revelavam que a liderança do PSD esta a ir “a pique”, colocada muito particularmente em causa pelas críticas internas, com tomadas de posição de ex-líders partidários face ao método de liderança que estava a ser escolhido por Luis Filipe Menezes. Algumas declarações do dirigente do PSD, Ângelo Correia, espalharam a confusão nas bases. Ângelo Correia dizia que estava «insatisfeito» com a situação no PSD, o que motivou dúvidas na liderança, dado que se tratava de um dos maiores apoiantes de Luís Filipe Menezes. Mais tarde esclareceria que era «totalmente insatisfatória a situação» que se vivia, não só do seu partido como da política em geral, afirmando que não sabia se o seu regresso à vida política activa tinha valido a pena. Ângelo Correia apontava dois objectivos para o PSD: «Refazer a qualidade do partido, que foi perdida nos últimos anos, e refazer a necessidade de pensar». Poucos dias depois, o líder laranja apresentava a demissão e convocava eleições directas para a presidência do partido. Mas no último Congresso do PSD que elevou Luis Filipe de Menezes à liderança, havia apenas seis meses, o Algarve foi a região que registou maior apoio ao líder, em parte pelo esforço e concertação de acção do líder do PSD/Algarve, o deputado Mendes Bota. Face aos mais recentes desenvolvimentos e dificuldades que o PSD está a enfrentar, um grupo de simpatizantes e mulheres militantes desta área política, têm demonstrado desejo de se constituírem num “Grupo de Trabalho de Mulheres Social Democratas” com a finalidade de apoiarem o Partido a nível regional e também passar mensagem de aderência a outras, o que não é inédito como vem acontecendo com as acções de implantação do “Grupo de Mulheres Socialistas”. A Avezinha sabe que, depois de alguns encontros entre “elas”, algumas sociais democratas delegaram na ex-vereadora albufeirense Ana Vidigal, advogada de profissão, e mandatária feminina para o Algarve da candidatura de Patinha Antão à liderança do PSD, tarefas para sondar o líder regional no sentido de terem luz verde para a sua constituição, uma vez que não desejariam, nem o deviam fazer à revelia da direcção distrital, para que não fosse considerado como qualquer tipo de “grupo de pressão”. Porém, a resposta do deputado do PSD, Mendes Bota, aos desejos “delas”, as mulheres militantes e simpatizantes social democratas, não foi aquela que todas esperavam: apoio e incentivo. Estranhamente ou não, Mendes Bota mandou dizer à ex-vereadora social democrata (na foto) que o momento não era oportuno para a criação de um Grupo de Mulheres Social Democratas Algarvias, «porque tinha conhecimento que o Partido estava a definir estratégia nessa área». O que se estranha, porque as directrizes no sentido de apoios e critérios na matéria descrita partem das distritais, para mais numa altura em que o PSD dá mostras de estar a ficar esfrangalhado. É verdade que os interesses partidários nem sempre se coadunam com as vontades dos militantes, nos seus aproveitamentos e contributos, particularmente no que diz respeito à actividade das mulheres na política, apesar da famigeradas “quotas” nalguns partidos parecem mais folclore do que orientação partidária. Por isso se estranha que no Algarve, e face à conhecida força demonstrada no terreno pelas “Mulheres Socialistas”, nomeadamente as acções levadas a efeito por Aldemira Pinho ou Jovita Ladeira, se rejeite e não se estimule uma formação que poderia levar, em curto prazo, a uma maior implantação entre as mulheres que ainda acreditam nos ideais da social democracia. Especialmente, numa região onde não abundam muitos “talentos femininos” na área da política laranja, levada na maior parte das vezes por “arranjos de capelinhas”, salvando neste caso a honra do convento a única eleição feminina. a da autarca de Silves, Isabel Soares, muito mais pelo seu mérito pessoal de mulher e ex-professora, do que pela implantação do Partido no Concelho. Tal como nas declarações à SIC Notícias, o líder do Conselho Nacional do PSD frisava que se referia a uma «insatisfação» em relação à «política em geral» também “elas” as mulheres social democratas algarvias sentem que, a nível interno partidário existe alguma insatisfação, porque as grandes decisões continuam sempre nas mão “deles”. Quando Angelo Correia foi questionado sobre “se estava satisfeito com a liderança do seu Partido”, ele respondeu: «Não, é preciso que o partido se dedique muito mais a pensar, a reflectir e a falar com o país. Sem isso, estaremos longe de criar as condições para os portugueses sentirem que somos melhores. Ninguém se intitula melhor do que outros. O que é essencial é provarmos, no trabalho, no estudo, na dedicação, na inteligência, e na inovação». Premonitório, porque o resto já se sabe como aconteceu. Palavras sabias de um “barão” a serem escutadas pela musculada e plebeia liderança do PSD/Algarve.
Carlos Ferreira |
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