No dia do concelho de Faro
Município distinguiu ilustres farenses
Faro celebrou o dia do concelho a 7 de Setembro. Nesta data são agraciados ilustres cidadãos que, de uma forma ou de outra, contribuíram para a dignificação e prestígio do concelho e se notabilizaram pelo seu reconhecido mérito ou contributo para a sociedade.
Este ano não foi excepção e foram cinco os cidadãos que estiveram presentes na Sessão Solene para, publicamente, serem homenageados pela Câmara Municipal. Alfredo de Sousa Barão (título póstumo), António Coelho de Matos, Fernando Inês, João Goulão e Tito Olívio Henriques foram os justos merecedores da homenagem da autarquia.
Alfredo de Sousa Barão foi um ilustre cidadão de Faro e quis o destino que não recebesse a medalha na sua mão. Foi com muita mágoa que tomámos conhecimento do seu falecimento a 3 dias da merecida homenagem. É reconhecido por todos, especialmente na freguesia da Conceição de Faro, como um bom homem que serviu sempre a freguesia que o viu nascer. Com talento reconhecido para as letras cedo começou a trabalhar. O seu feito maior, se assim o podemos dizer, foi a criação, em 1948 da Casa do Povo de Conceição de Faro.
Alfredo Barão serviu de forma continuada, durante cerca de 80 anos, a sua freguesia, desempenhando as tarefas e diligências para o seu desenvolvimento. O Município distinguiu com a Medalha de Mérito, grau cobre.
António Coelho de Matos agraciado com a Medalha de Mérito, grau prata, é uma figura incontornável da cidade. Natural de Vila Real de Santo António cedo “se fez filho de Faro”.
Apesar das dificuldades não descurou os estudos e notabilizou-se sobretudo nas áreas social e desportiva. Na primeira, como administrador do Instituto D. Francisco Gomes (Casa dos Rapazes), funções que desempenhou com enorme emoção e sentido de responsabilidade até 2007 e que lhe valeu também uma homenagem por parte do Governo, entre outras prestações.
Na área desportiva fez e continua a fazer um grande trabalho na arbitragem: foi árbitro, director do Gabinete de Arbitragem, observador, examinador, orientador de cursos de novos árbitros, presidente do conselho de arbitragem do Algarve, cargo que mantém até hoje, entre outras funções.
É reconhecido pelos farenses como uma das pessoas mais dedicadas às causas sociais e desportivas sempre com uma reputação brilhante e irrepreensível.
Fernando Sousa Inês, de nome artístico “Fernando Inês”, nasceu em Salir e destacou-se no mundo da música a tocar acordeão. Começou a aprender a tocar aos 12 anos e aos 15 já no Grupo Folclórico de Conceição de Faro fez a sua primeira gravação num estúdio.
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João Goulão, grau Prata entregue por Luís Coelho |
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O seu percurso profissional seguiu por outro caminho mas a música ocupou sempre um lugar de destaque. Continuou a gravar trabalhos, a fazer actuações, a compor, a dar aulas e realizou um trabalho notável nos grupos folclóricos de Conceição de Faro, Estoi e posteriormente no Grupo Folclórico de Faro.
É de enaltecer o trabalho que tem feito na preservação das raízes algarvias pois tem vindo a recuperar junto da população mais idosa as manifestações mais genuínas do Algarve. Neste campo, é autor de poemas e pautas musicais e compositor de letras e músicas dedicados às tradições e costumes algarvios. É sem dúvida, uma referência para o folclore e para o mundo do acordeão, sendo um orgulho para Faro tê-lo como cidadão.
João Goulão quase que dispensa apresentação tamanha é a sua notoriedade a nível nacional e até internacional. Faro concedeu-lhe a medalha de Mérito, grau prata.
Natural de Cernache do Bonjardim licenciou-se em medicina e em 1981 fixa-se em Faro. Tem mais de 20 anos de experiência a nível da prevenção e tratamento da toxicodependência em Portugal. Foi o responsável pela criação de uma estrutura de atendimento a toxicodependentes no Algarve. Em 1992 aceitou criar a equipa e a estrutura do Serviço de Prevenção e apoio a Toxicodependentes de Faro, tendo assumido a direcção deste serviço. A partir daqui foi um crescendo de responsabilidades, sempre nesta área. Foi nomeado Presidente da Comissão
Instaladora do Centro de Atendimento a Toxicodependentes do Algarve. Por apego às causas públicas ingressou na carreira política e assumiu as funções de vereador na Câmara Municipal de Faro de 1993 a 1997.
Em 1995 já era Presidente da Direcção Regional do Algarve do Serviço de Prevenção e Tratamento da Toxicodependência e em 1997 assume o cargo de Presidente do Conselho de Administração, função que desempenhou até 2002.
Ocupa, desde 2005, o cargo de Presidente do Conselho de Administração deste Instituto e é Coordenador Nacional de Combate à Droga.
O seu percurso profissional é também assinalado por incursões em organismo europeus, nomeadamente: no Comité Científico, no Conselho de Administração do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência e no Comité de Acompanhamento do Programa Europeu de Prevenção da Toxicodependência, entre outros.
É, portanto, alguém com um percurso de vida iniciado em Faro dedicado às causas sociais, respeitado pelo seu esforço, dedicação e sentido cívico, razão pela qual o Município de Faro não poderia deixar de lhe prestar esta singela homenagem, por 15 anos do seu labor dedicado em exclusivo a Faro e ao Algarve.
Por último, Tito Olívio Henriques foi agraciado com a medalha de mérito, grau ouro. Primeiro engenheiro civil licenciou-se depois em sociologia tendo diversos trabalhos publicados nesta área.
Foi professor do ensino técnico nas Escolas de Silves e de Faro e do ensino liceal no Liceu de Faro. Desempenhou as funções de Director dos Serviços Regionais da Hidráulica do Guadiana, em Faro onde vive desde 1963.
A par das outras funções profissionais dedicou-se à prestação de diversos serviços graciosos, de carácter sociocultural,
Foi eleito para diversos cargos associativos, tendo sido dirigente de múltiplos organismos na cidade, entre eles: Cineclube, Sporting Club Farense, Comissão Distrital de Árbitros, Comissão Administrativa do Sport Faro e Benfica, Associação de Xadrez de Faro, Delegação da Cruz Vermelha, Rotary Club de Faro, Direcção dos Bombeiros Voluntários, Santa Casa da Misericórdia e Vereador na Câmara Municipal, entre 1971 a 1974.
Colaborou, desde os 20 anos, em jornais diários e regionais e já publicou 35 livros de poesia e prosa. A sua mais recente obra data de 2011, com o título “O Velho que queria ver o Mar”.
Foi membro da Direcção do Instituto D. Francisco Gomes, fundador e editor do jornal “Poetas de Faro” e chefe de redacção do jornal “Distrito de Faro”.
Possui mais de 100 prémios literários, de Portugal e do Brasil e é uma referência incontornável do património sociocultural de Faro e do Algarve.
A par dos homenageados já referidos é de salientar que foram também distinguidos 17 funcionários do município que receberam medalhas de Bons Serviços e Dedicação. Sendo que 14 deles receberam a medalha de Bons Serviços e Dedicação, grau cobre, por terem 20 anos completos de serviço efectivo com comportamento exemplar e os outros dois receberam a mesma medalha mas de grau prata por terem 35 anos completos de serviço com comportamento exemplar, assiduidade e classificação de serviço não inferior a bom.
Nas palavras do Presidente da Câmara Municipal, José Macário Correia “Faro orgulha-se dos seus melhores cidadãos, é deles que nos vêm o exemplo e a força para vencer o futuro” daí a importância de, anualmente distinguir quem merece e incentivar os restantes dando a conhecer tão excelentes exemplos.
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