Arquivo: Edição de 21-01-2010
SECÇÃO: Opinião |
Uma Avezinha de asa quebradaAo longo da sua já longa existência muitas foram as pessoas que passaram pelo jornal a Avezinha. Cumprindo o que chamamos as leis da vida, alguns deixaram este Mundo. Naturalmente foram partindo todos os que a ajudaram a nascer e fortalecer, a última das quais Maria da Conceição Elói que ainda teve a alegria de ver renascer o seu jornal. Neste período de renascimento, Francisco Teodósio Neves foi o primeiro a deixar-nos, a que se seguiu mais tarde os colaboradores D.Maria da Graça e Gonçalo do Nascimento. Agora foi a vez de partir José da Costa Martins que vai deixar um vazio muito grande. Não que tivesse, nos últimos anos, um papel activo, apesar de ser sócio-gerente da empresa que tutela o jornal. A sua presença diária e o estímulo que vinha dando aos que nele trabalham eram fundamentais. Diz o povo, na sua imensa sabedoria “Por morrer uma andorinha não acaba a Primavera” mas poderemos dizer que a “Avezinha” está ferida de asa o que torna o voo mais difícil. Apesar da debilidade física mantinha o seu espírito pleno de humor, característica que sempre evidenciara ao longo da vida. Na empresa do jornal ou nas cooperativas que alimentaram as duas rádios locais, Barrocal e Albufeira, a sua abertura de espírito e o positivismo, ajudaram a resolver muitos problemas, por mais difíceis que fossem as suas soluções. Ao longo dos anos e apesar de ser o mais velho de todos os sócios era o que mais facilmente acompanhava o ritmo da modernidade. Se na Casa do Povo teve um papel importante terá sido na Junta de Freguesia que deixou frutos para o futuro, abrindo caminhos e estradas para que as pessoas tivessem melhor mobilidade. A construção da estrada de acesso ao castelo que exigiu o derrube de dezenas de árvores, no que contou com a colaboração dos proprietários dos terrenos, terá sido a obra mais emblemática pois fez redescobrir o velho monumento, marco histórico de Paderne e do Algarve. Ainda nesta função teve a decisão de renunciar ao cargo, não pelo facto do presidente da Câmara de então não dar o apoio necessário, mas porque os presidentes de Juntas começaram a ser remunerados e ele considerar que os mesmos deveriam servir as suas comunidades sem quaisquer honorários. Muito haveria para dizer em relação a este homem que nascido em Paderne aqui permaneceu durante mais de noventa anos, sempre com o objectivo de a servir com devoção. Como filho poderíamos dizer muita mais, mas como director do jornal diremos que o seu exemplo vai ajudar-nos a vencer as dificuldades.
Por: Arménio Aleluia Martins |
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