Assine o nosso jornal
Edição de 26-08-2010
Última Hora | Subscrever RSS RSS | Classificados | Inquéritos | Agenda | Fórum | Futebol | Tempo | Farmácias | Publicidade | Assinaturas | Contactos | Ficha Técnica
Edição Actual | 1ª Página | Opinião | Correio | Política | Albufeira | Regional | Reportagem | Sociedade | Cultura | Desporto | Galeria | Num Só Clique | Arquivo

Arquivo: Edição de 08-10-2009

SECÇÃO: Reportagem

O Rancho Folclórico dos Olhos d’Água no Canadá (4)

Casa do Alentejo aberta a todas as regiões do país

foto
 Clique na imagem para a aumentar.
Fundada há 26 anos, a Casa do Alentejo é entre cerca de sessenta existentes em Toronto, uma das mais activas promovendo actividades recreativas e culturais com algumas assiduidade. Entre elas esteve o Fim-de-Semana Algarvio que fez deslocar ao Canadá, com o apoio da Câmara Municipal de Albufeira, o Rancho Folclórico dos Olhos d’Água e a cantora Filipa Sousa.

Para dar a conhecer melhor esta associação regionalista falámos com Armando Viegas, o dinâmico presidente da Direcção

a Avezinha – Desde 1983, ano em que foi fundada esta associação, muitas vicissitudes aconteceram, desde a instalação em condições precárias até à aquisição deste prédio?

Armando Viegas – A Casa do Alentejo foi constituída há 26 anos, num almoço de amigos. Inicialmente eram 25 e depois foram aumentando. Quando chegou ao fim do almoço já estavam cerca de 400 pessoas. O progresso que tivemos foi muito. Iniciámo-nos num pequeno escritório com uma secretária e algumas cadeiras e passámos para uma casa que tinha um espaço maior para 150 lugares. Mais tarde mudámos para outra que já nos permitia outras actividades, a sala tinha espaço para mais de 300 lugares.

Este edifício onde estamos que não poderemos dizer que é nosso pois estamos a pagar a hipoteca, tem instalações para todas as actividades: três ranchos folclóricos, dois grupos corais, um feminino e outro masculino. Apresentamos de três em três meses exposições de arte e outras. Dispomos de um Clube de Leitura em que divulgamos diversos autores portugueses. Fomos iniciadores das Semanas Culturais, fora de Portugal. Uma das características da Casa do Alentejo é a de não sermos um clube mas sim uma casa de cultura aberta a todos os portugueses e não exclusivamente aos naturais do Alentejo. Vinte por cento são oriundos do Alentejo e os demais das mais diversas regiões do país, açoreanos, madeirenses, algarvios.

Eu sou lisboeta, casado com uma alentejana de Albernoa. Estou ligado a esta casa desde o princípio, como presidente da Direcção por seis vezes. Sou alentejano por afinidade há 45 anos.

aA – Tem dificuldades para gerir esta casa ou está tudo controlado?

A.V. - Há duas diferentes situações de responsabilidades. Uma delas é financeira e a outra económica que exigem muita atenção. Todos os meses é necessário ter disponível 18.000 dólares. Se as receitas das festas, restaurante e quotas não forem suficientes, teremos dificuldades.

Os dirigentes são todos voluntários, a não ser a cozinheira e o responsável pelo restaurante. O bar é explorado por nós à noite que é quando os dirigentes estão disponíveis e durante o dia pelo concessionário

Eu sou dirigente de uma empresa e depois das horas de trabalho venho para aqui onde estou até regressar a casa para dormir. Resido a cerca de dezoito quilómetros daqui e faço essas viagens várias vezes.

Para nós que estamos numa cidade muito grande, dezoito quilómetros é uma distância muito curta.

aA – A sua esposa e filha também participam nas actividades. É normal essa disponibilidade ou existem situações de conflito por estar muito tempo fora de casa?

A.V. - É uma forma inteligente de gerir uma associação como esta. Envolver a família é importante. É aqui que nos encontramos e depois de alguma actividade regressamos à nossa casa. Fica aqui comigo até à uma ou duas horas da madrugada quando é necessário. A minha filha é secretária, tendo como responsabilidade a quotização e portanto sempre atenta a essa situação. Estamos juntos ainda que fora do ambiente familiar.

aA – Com as dificuldades que já referiu para cumprir os compromissos, como vê o futuro desta associação?

A.V. - Fora de Portugal, neste cado no Canadá, é um futuro muito difícil. Em Toronto existem cerca de 60 colectividades. É necessário fazer programas de acção e gerir bem as receitas e organizar eventos que possam ajudar a associação a ter receitas. A Semana Algarvia foi diferente de todas as outras. Um fim-de-semana ligado ao Algarve teve algumas despesas mas com o objectivo de criar receitas. As associações terão de reduzir os gastos sem deixarem de servir os seus associados. O futuro diz-me que teremos de continuar a progredir mas com instalações mais pequenas.

aA. - Tem em conta a possibilidade de vender este edifício e com o seu valor adquirir uma sede mais pequena mas mais funcional?

A.V. - Nós comprámos este edifício que era do Sindicato da Construção Civil que foi fundado por portugueses e italianos e foi uma excelente compra na altura. A hipoteca foi simbólica e as obras vão sendo feitas. O que nos dá as garantias de puder-se vender e ganharmos dinheiro para outras situações, como uma sede mais pequena com outras condições, sem necessidade de tantas obras ou manutenção.

aA - A directriz a seguir é da sua autoria?

É necessário olhar o presente para construir o futuro

A.V. - Tenho 63 anos. Estou envolvido em associações há muitos anos, desde os 15 ou 16 anos quando era director escolar e mais tarde na universidade. É necessário olharmos o presente para construirmos o futuro. Se eu não estiver cá que estejam outros que o façam.

AA – A realização deste Fim-de-Semana Algarvio, o Cruzeiro no Lago Ontário e a vinda de artistas portugueses de nomeada, como Marisa, Mafalda Arnaut são de algum risco. Não existe receio de não se atingirem os objectivos?

A.V. – Como tudo na vida é arriscado. Quem haveria de dizer há cinco anos que a situação económica iria entrar no colapso que tem estado nos dois últimos anos? Quando se criam estruturas, o que fazemos é de forma consciente. O evento que estamos a realizar sobre o Algarve é um risco assumido. O Algarve é a região mais próxima do Alentejo e não existe nenhuma associação algarvia em Toronto. Há mais de quinze anos que não se fazem festividades relacionadas com o Algarve. É sempre um risco trazer 45 pessoas de Portugal, mas existem aqui muitos algarvios.

Hoje temos portugueses em cargos importantes

aA – O Canadá poderá continuar a ser um bom país para acolher os portugueses?

A.V. - O Canadá continua a ser um país de oportunidades. Qualquer pessoa que queira trabalhar ou criar a sua empresa e que seja arrojado e tenha ideias positivas terá aqui condições para realizar os seus sonhos. Claro que não é como há 40 anos atrás mas as oportunidades hoje são muitas. As comunidades étnicas no Canadá estão sólidas ou estáveis e muitos dos que eram emigrantes já se integram nos governos do país. Hoje temos representantes portugueses ou luso-descendentes no Governo e nas instituições públicas.

aA – Qual o balanço que faz desta participação algarvia em Toronto, agora que a comitiva está a poucas horas de regressar a Albufeira?

A.V. - Foram três dias extraordinários de convívio e amizade com os nossos irmãos algarvios. Houve uma aderência muito grande da comunidade portuguesa, incluindo a algarvia. Nós atingimos os objectivos que eram de trazer até nós algo que já não acontecia há mais de uma dezena de anos. A análise sobre o Rancho Folclórico dos Olhos d’Água é de muita qualidade. O rancho era sempre a garantia de sucesso pelas informações sobre a sua valia. Em relação a Filipa Sousa nos três dias em que actuou no nosso palco foi uma surpresa muito agradável e de tal modo que já tem contrato para regressar a Toronto daqui a um mês. Financeiramente não sabemos como foi pois essa não era a nossa preocupação.

Trouxemos este rancho para oferecermos aos nossos associados a oportunidade de contactarem com a música e a cultura do Algarve.

Estamos muito satisfeitos com o que aconteceu na Casa do Alentejo.

O Presidente

Armando Viegas, nascido há 63 anos em Lisboa, está no Canadá há 45, pelo que já solidificou a sua vida no meio onde vive e trabalha. É director-geral de um Centro de Atendimento a clientes, que integra uma cadeia de 1.200 restaurantes em todo o país.

A empresa que tem milhares de funcionários, dos quais1700 estão sobre a sua responsabilidade e desenvolvem mais de 9 milhões de contactos telefónicos com clientes dos restaurantes que solicitam informações ou apresentam reclamações.

Como fundador da Casa do Alentejo tem exercido diversos cargos, sendo pela 6ª vez presidene da Direcção.

Segundo nos disse e apesar da sua intensa actividade profissional a Casa do Alentejo é para quebrar o stress.

Por: Arménio Aleluia Martins

Tempo de leitura: 7 m
Imprimir Artigo
Enviar por Email
Comentário Privado
Comentário Publico
Adicionar Favoritos

Votar:
Resultado:
727 Votos

Comentários dos nossos leitores
wanja motta
Gostei: Sem Opiniao ... Concordo: Sem Opiniao ...
Comentário:
gostei muito de me atualizar e saber a importancia e a intença atividades que possue a acasa do Alentejo. parabéns
 
Manuel Espadilha
Gostei: Sem Opiniao ... Concordo: Sem Opiniao ...
Comentário:
Gostei imenso de ler este texto. Talvez porque quando vejo a palavra Alentejo me aguça a curiosidade. Neste caso tamb´em me entusiasmou por falar em Albernoa, minha terra e possivelmente conhecerei a esposa do Sr. Armando Viegas.
 
Maria Lúcia Paim
Gostei: Muito Concordo: Sem Opiniao ...
Comentário:
Gostei muito de saber sobre esta a casa Alentejo.Trabalho muito bonito do SR.ARMANDO VIEGAS E SUA FAMÍLIA.
 

Última Hora | RSS | Classificados | Inquéritos | Agenda | Fórum | Futebol | Tempo | Farmácias | Publicidade | Assinaturas | Contactos | Ficha Técnica
© 2007 Jornal a Avezinha | Produzido por ardina.com, um produto da Dom Digital. Comentários sobre o site: .