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Edição de 12-03-2009
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Arquivo: Edição de 15-01-2009

SECÇÃO: Opinião

De partida

Há umas noites atrás tive um daqueles sonhos que de tão intensos para além de parecerem mesmo reais, trespassam o limiar da consciência e ficam connosco do lado de cá.

De repente, o céu ficou tremendamente escuro. Ao longe, ouviam-se nitidamente gritos desesperados e passos que apressados, passavam incessantemente lá fora na rua.

Deitada na cama, abri os olhos e foi então que vi, aos pés da minha cama algo que reluzindo, telepáticamente me dizia para não ter medo.

Recordo aquele instante em que me senti sair fora do meu corpo e de voar livre nas asas daquele ser até poisar em sítio seguro.

Olhei para baixo. As pessoas corriam de um lado para o outro. Tinham cravadas nos seus rostos, expressões de puro pânico e em vão procuravam abrigo. Fugiam sem que eu pudesse perceber de quê, e sem mesmo que elas pudessem saber para onde.

Quando acordei, o pesadelo que acabara de vivênciar, continuava presente na minha mente, de tal forma, que não lhe conseguia fugir. Afinal de contas, o que fora tudo aquilo mas sobretudo porquê, mas só algum tempo depois é que percebi.

.No meu sonho, as pessoas não procuravam abrigo, mas coisas, coisas a que se pudessem agarrar na estúpida e vã tentativa de se sentirem seguras e poderosas por isso aqueles lancinantes gritos de desespero.

Devemos estar sempre preparados para partir e essa, mais do que todas as outras, é sem dúvida, a mais dolorosa e difícil lição a aprender nesta vida.

Entretanto, nesse curto espaço de tempo, amargurámo-nos, sofremos, penámos na prossecução de milhares de coisas que na partida não poderemos levar connosco, mas pelas quais fomos capazes de tudo, excepto viver e, se duvidas houvesse... as desavenças entre famílias por causa de heranças, a roupa pendurada nos armários, o carro estacionado... os ossos deixados no caixão.

Por: Isabel do Valle

Tempo de leitura: 2 m
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