Edição de 26-08-2010
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Arquivo: Edição de 06-11-2008

SECÇÃO: Política

Lágrimas de crocodilo

A crise económica-financeira, vem desmascarar a hipocrisia capitalista que agora chora lágrimas de crocodilo, fingindo que estão muito preocupados com a sorte dos excluídos do progresso, aqueles que têm sido explorados até à medula, para que seja possível à rainha de Inglaterra perder no casino da bolsa 50 milhões de Euros, tal como os Amorins, os Belmiros, os Berardos, os Jerónimos Martins, os Champalimaud e outros craques portugueses que se abotoam com as mais valias dos trabalhadores ao seu serviço. No entanto, o pior está para chegar quando se sabe que morrem de fome todos os dias 25 000 pessoas no Mundo, que a Europa dos 27 países, tem 78 milhões de pobres, que nos Estados Unidos são mais de 60 milhões de esfomeados que os pobres são mais de 950 milhões, prevendo-se que nos próximos dois anos cheguem aos 1,2 mil milhões, segundo a ACNUR do Comissário António Guterres, não tendo o Capitalismo qualquer saída para a crise, estando o seu fim mais que iminente com uma séria possibilidade de descambar numa III Guerra Mundial e a restauração de uma nova ordem social distributiva, muito próxima do socialismo real, sem eufemismos inventados por Mário Soares e outros teóricos do pragmatismo

O reflexo de tudo isto, entra-nos todos os dias em casa, nas imagens que as televisões transmitem, onde cada dia, semana e mês são sempre piores que os anteriores. Neste fim de semana, começou um ciclo eleitoral em Portugal que se vai prolongar por todo o ano de 2009. Foram as eleições autonómicas do Arquipélago dos Açores, onde o Partido Socialista venceu com todo o mérito pela 4ª vez consecutiva com a maioria absoluta, triunfando nas 9 ilhas. Só que, os resultados não são tão famosos como Sócrates nos quis fazer crer, tendo o PS perdido 1 Deputado. No Parlamento açoriano, onde tinham assento 3 Partidos, a representação passa para 6, com um avanço significativo do CDS, do BE e do Partido Comunista que recupera o Deputado perdido em 2004. Ninguém sabe como é possível o PPM, ter 1 Deputado, mas tal é o resultado da engenharia eleitoral que só uma Republica Democrática permite tanta bonomia, mesmo sem votos, nem militantes.

Não pode o Partido Socialista cantar vitória, quando o verdadeiro Partido vencedor foi o da Abstenção com 53,4% dos votos não expressos que represem mais de 106 000 abstencionistas, enquanto cerca de 90 000 se distribuíram pelos 10 Partidos concorrentes com ou sem representação adquirida no Parlamento açoriano. Ora, isto quer dizer que a maioria absoluta rejeitou os Partidos, rejeitaram o sistema e avisam que toda esta forma de fazer politica, chegou ao fim, não tem mais futuro e tem de ser imediatamente alterada, tendo em vista que a democracia representativa, não representa os verdadeiros interesses dos cidadãos inscritos nos cadernos eleitorais. Se ainda tivermos de referir os não inscritos, sobretudo os jovens com menos de 18 anos sem direito a votar e tendo em conta a sua natural rebeldia da juventude, então a rejeição do sistema andará próxima de 70% da população açoriana, donde é lógico pensar que no Continente Peninsular os resultados não sejam muito diferentes e a prova está por fazer nas diversas eleições de 2009.

Não é com Abstenção que os problemas se resolvem, antes pelo contrário, dá-se mais hipóteses aos aparelhos partidários de com menos votos disporem a seu bel prazer metendo todos os amigos do peito que precisam para lhes viabilizarem as suas ambições. Este sistema inquinado sem qualquer intervenção das bases na feitura das listas que se apresentam a sufrágio, é um dos motivos para que a abstenção atinja números que desacreditam as eleições porque a única resposta é virar as costas a tamanha chapelada. É preferível a teoria do prémio nobel José Saramago que defende o voto em branco para um protesto mais consistente das perversões do sistema. Se não concordamos devemos votar, única forma de se constituir um Governo, um executivo camarário e restante entourage politica com base eleitoral. Não nos agradando nenhuma das opções propostas pelos Partidos, então vota-se em branco e se a a maioria for branca a barraca abanará, até cair de vez.

As eleições no Arquipélago dos Açores, deixaram-nos muitas pistas para explorar e meditar nas causas da total degradação da vida politica nacional, eivada de enorme corrupção, minada pela crise económica, mas sobretudo da crise de valores humanos e de competências técnicas. No entanto os arautos do capitalismo selvagem, continuam a vender ilusões nos programas de rádio, televisão e na variada imprensa escrita dos jornais e blogues, aparecendo soluções milagrosas para tudo, enquanto o País mergulha no lodaçal. Será que os 20 mil milhões de Euros com que o Estado avaliza a Banca, não são mais do mesmo de continuar o saque num autentico esbulho da riqueza nacional que os banqueiros e políticos desbarataram, bem expresso em candidaturas tipo santanas num fartar vilanagem continuado que nos levará a todos à falência total, sem apelo, nem agravo.

http://manueldecastro verde.blogspot.com

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