Os portugueses labutam no estrangeiro
Rancho Folclore de Portugal faz história em Hagen
As associações culturais e desportivas existentes no seio das comunidades portuguesas espalhadas pelo Mundo são importantes elos de ligação com a mãe pátria, mantendo bem viva a lusitanidade, ou seja a manutenção da cultura ancestral recebida dos seus antepassados.
A Alemanha não foge à regra, existindo dezenas de associações portuguesas em todo o país. Hagen, uma pequena cidade, próxima de Dortmund e Dusseldorf, tem quatro associações que vão subsistindo mercê da carolice de portugueses que ali vivem e labutam. O Rancho Folclore de Portugal de Hagen é uma delas. Dando razão ao nome que ostenta, possui um rancho folclórico que integra mais de três dezenas de pessoas, oriundas de várias regiões do país mas porque a maior incidência é do norte, o rancho apresenta-se como minhoto, não somente nos trajos mas nas músicas e danças.
A organização da Noite de Folclore, realizada no passado dia 13 de Setembro, no auditório da Escola Kolner Strasse, em Harpe – Hagen pertenceu à aludida associação e não à Associação Portuguesa Cultural como, erradamente, referimos na crónica anterior.
Foi nas suas instalações que os elementos do Rancho Folclórico dos Olhos d’Água se reuniram para o jantar no dia da chegada à cidade e em outras ocasiões.
Não dispondo de um grande salão a sede é acolhedora e revela nos mais ínfimos pormenores a presença de Portugal e da sua cultura. A gastronomia é uma das razões mais visíveis, não faltando os vinhos e as demais bebidas oriundas de Portugal.
Alberto Carneiro é o Presidente da Direcção que inclui elementos que transitam de outros elencos directivos. O lamento deste dirigente, como de outros com quem falámos é de que os mais velhos vão regressando a Portugal ou, algo cansado ou desiludidos, vão desistindo. As preocupações são maiores porque não sentem o entusiasmo dos mais jovens em assumirem cargos directivos.
“O futuro está complicado para estas associações” dizem os directores desta associação nascida em 15 de Dezembro de 1979 e que, ao longo da sua actividade, tem tentado manter viva a alma lusitana.
Conhecemos essa realidade, aliás confirmada aquando da presença junto da comitiva do Rancho Folclórico dos Olhos d’Água que levou a sua música e as danças àquele território alemão. Trouxemos a certeza de que os portugueses mesmo longe do seu torrão natal, não esquecem as suas origens e vivem com intensidade a vida do país que desejam mais próspero, de modo a equiparem-se aos países onde trabalham.
Por: Arménio Aleluia Martins
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