Lançado concurso público no dia 3 de Maio
Hospital Central do Algarve vai ser uma realidade
Infra-estrutura estará em funcionamento em 2013
O Primeiro-Ministro, José Sócrates, e a Ministra da Saúde, Ana Jorge, vieram ao Algarve no dia 3 de Maio, para o lançamento do concurso público de parceria público-privada para a construção do novo Hospital Central do Algarve. Neste momento decisivo desta infra-estrutura há muito aguardada na região marcaram presença diversas personalidades, nomeadamente os representantes da Associação de Municípios Loulé/Faro, os autarcas Seruca Emídio e José Apolinário
Este Hospital “irá proporcionar a toda a população do Algarve a modernização e actualização tecnológica indispensáveis na prestação dos cuidados de saúde de qualidade”, de acordo com a Ministra da Saúde, que referiu ainda que a região passará a beneficiar de “um Hospital Novo com mais recursos, novas especialidades, e facilitador de uma maior e melhor articulação com os cuidados de saúde primários e com os cuidados continuados”, em nome de “uma estratégia de saúde mais eficaz, mais moderna e mais humanizada”.
O Hospital Central vai englobar diversas valências médicas e cirúrgicas, algumas das quais não existem actualmente na região, nomeadamente endocrinologia e nutrição, genética médica, neuroradiologia, angiologia e cirurgia vascular e ainda uma unidade de oncologia médica e terapêutica que permita que todos os níveis de tratamento do cancro possam ser feitos, quer por quimioterapia e radioterapia, e todos os meios de diagnóstico como TACS, mamografias, ressonância magnética e medicina nuclear.
O ensino e a formação hospitalar e universitária e a investigação clínica são outra das apostas para esta infra-estrutura.
O equipamento vai englobar 574 camas para internamento, das quais 76 são para cuidados intensivos e intermédios e 15 para cuidados paliativos, 9 salas de bloco operatório, 10 salas de parto, 86 gabinetes de consulta externa/apoio, 91 postos de Hospital de Dia e vai servir uma população de 800 mil habitantes
Segundo a Ministra da Saúde, o Hospital estará concluído no ano de 2012 mas só entrará em funcionamento durante 2013. Trata-se de um investimento de 267 milhões de euros.
Refira-se que com esta parceria público-privada, será estabelecido com o concorrente vencedor um protocolo por 30 anos para a construção, equipamento e manutenção do edifício, o que de acordo com Ana Jorge trará “benefício variados para o Estado e para os cidadãos”, nomeadamente ao nível da flexibilidade orçamental, controlo de custos e de prazos e qualidade na gestão da infra-estrutura, bem como rigor no controlo dos custos dos serviços complementares como a alimentação, gestão de resíduos, lavandaria, etc..
Contributo para a excelência e qualidade da região
O Primeiro-Ministro considerou este momento do lançamento do concurso do Hospital Central como “decisivo, e que marca o passar das palavras aos actos”.
O líder do executivo governamental manifestou a “urgência” do equipamento e justificou o atraso na concretização da obra com “o longo processo de planeamento que foi necessário fazer antes do lançamento do concurso, nomeadamente em termos do perfil do Hospital, o programa funcional e do estudo económico”.
Para José Sócrates, esta iniciativa “não se trata apenas de construir um hospital para substituir outro, mas de construir um hospital que sirva de referência ao Algarve mas também ao país e que marque uma ambição de um Algarve de qualidade”. Nesse sentido, “será um dos hospitais mais modernos e marcará também aquilo que é o hospital do futuro, servindo de referência no Serviço Nacional de Saúde, com mais valências, mais tecnologia e mais ligação com a investigação”.
Para além de considerar que esta é uma resposta à melhoria ao acesso à saúde, o Primeiro-Ministro salientou o facto deste equipamento ser “indispensável para a afirmação de uma região turística como é o Algarve e para que a região possa olhar com confiança para o seu futuro e para o desenvolvimento da sua economia”.
Nesse âmbito disse que este não é um investimento isolado mas que se enquadra “numa estratégia de desenvolvimento assente na qualidade e na excelência da região”. A criação de dez novos hotéis de 5 estrelas, que permitirá que, em cinco anos, o Algarve duplique a sua oferta turística neste ramo e passe a competir “nos mercados mais sofisticados e exigentes do turismo global, com exigências de qualidade e elevados padrões ambientais e oferta cultural” será decisivo para os investimentos que estão a ser feitos na região. Entre eles, José Sócrates destacou o novo Polis para a Ria Formosa que irá permitir a requalificação deste ex-líbris ambiental do Algarve, a construção da Barragem de Odelouca (que estará concluída em 2009) e a requalificação da EN 125.
“Queremos que tudo resulte numa melhor qualidade de vida, melhores salários, melhores empresas mas também a afirmação de uma região com potencial, com futuro, com confiança e com energia”, considerou ainda.
Para concluir, José Sócrates disse que em breve voltará ao Algarve para o arranque das obras do futuro Hospital Central do Algarve.
Seruca Emídio refere “nova centralidade regional”
Nas palavras do presidente da Câmara Municipal de Loulé, uma das pessoas que mais se empenhou para a concretização desta obra, o lançamento do concurso público “marca um ponto de viragem e é um marco decisivo para o Algarve”.
O edil louletano acredita que este Hospital constitui “um passo significativo na correcção das assimetrias que ainda existem no acesso a bens e cuidados de saúde, reequipando o Sul do país e contribuindo desta forma para a equidade que deve existir no nosso sistema de saúde”.
Por outro lado, realçou a “nova centralidade regional” que este equipamento irá trazer para os concelhos de Loulé e de Faro, a par do complexo desportivo e de lazer, do futuro centro de congressos e do emergente pólo tecnológico, mas também do complexo de saúde onde se vai enquadrar o Hospital.
O autarca reforçou também a ideia de que esta infra-estrutura de saúde terá uma dupla importância: “por um lado, permitirá reforçar a oferta de cuidados de saúde a nível nacional, maximizando o nível de saúde dos cidadãos, num quadro de afectação eficiente de recursos e por outro, contribuirá, certamente, para uma melhoria acentuada dessa oferta para os utentes da região e para os turistas que nos visitam”. Como tal, salientou a importância turística deste Hospital pois “não é possível continuar a almejar-se um cada vez maior fluxo de turistas nacionais e estrangeiros ao Algarve, sem lhes garantir serviços de qualidade na área da saúde, bem como em matéria de segurança pública”.
Apesar de considerar que todo o processo que levou ao lançamento deste concurso ter sido feito “num tempo mais longo do que seria o desejável”, Seruca Emídio acredita que “o futuro há-de reconhecer como uma decisão acertada e um adequado investimento com forte impacto social e económico”.
Para terminar, o presidente do executivo municipal realçou todo o esforço da Câmara de Loulé para que “esta oportunidade e este momento acontecessem” devido sobretudo à proximidade do poder local com as populações: “Desde o início de todo este processo sempre nos mantivemos colaborantes quanto a cedência do espaço físico e à criação das condições ‘ambientais favoráveis’, para a sua concretização”. Disse ainda ser fundamental “a cooperação, sem tensões inúteis e sem exigências extemporâneas”, entre o Governo Central e Local, para levar por diante a obra.
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