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Edição de 26-08-2010
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Arquivo: Edição de 28-02-2008

SECÇÃO: Política

A entrada na Ordem dos Advogados

O Bastonário da Ordem dos Advogados, ganhou as eleições para este cargo com os votos dos novos Advogados que nele depositaram a confiança para governar a Ordem no próximo triénio de 2008/2010. O Dr. António Marinho e Pinto utilizou um discurso dito populista que convenceu, mas há nele uma enorme contradição. Como se pode ganhar eleições com os votos dos novos Advogados e logo defender que a Ordem se deve trancar a sete chaves de modo a que os novíssimos pré-Advogados, aqueles que estão a tirar o Estágio fiquem à porta da Ordem e lá não tenham entrada. É no minimo uma defesa corporativa que não tem qualquer razão de ser. Todos os anos entram nas várias profissões a totalidade daqueles que para tal se prepararam, e por ordem natural da vida, igualmente se reformam, abandonam e morrem quase igual numero de profissionais. Sempre assim foi, e assim sempre será, sendo o “Mercado”, o único Juiz e aquele que naturalmente determina quem são os que melhor e mais facilmente vingarão nas diversas profissões.

Se alguém comete erros, excessos ou atropelos, não foram os estudantes em geral, e os de Direito em particular. A criação de Universidades por tudo o que é sitio, obedeceu a politicas governativas de todos os Governos nos últimos 34 anos de Democracia, que tiveram como objectivo aumentar o numero de escolarizados com um curso superior e possibilitar alternativas ao Ensino oficial, onde um injusto numero clausus que vai ao ponto de impedir estudantes com médias superiores a 17 valores de entrar para os cursos de Medicina e ao mesmo tempo se enxameiam os Hospitais públicos com centenas de Médicos espanhois, ucranianos, russos, romenos, siberianos e “tutti quanti”, sabendo-se lá como tiraram os cursos e respectivas médias, sem currículos transparentes e com prestações de inferior qualidade na maior parte dos casos. Tudo isto revela uma enorme injustiça e não devem ser os licenciados em Direito os bodes expiatórios destes atropelos.

O rigor deve ser aplicado a montante, isto é; não se pode impedir um licenciado em Direito de optar pela profissão de Advogado, devendo sim, criar-se um processo de rigorosa avaliação enquanto se é estudante desde o primeiro ano da Faculdade, até ao ultimo, e só licenciar os alunos que na realidade obtiverem resultados cientificos de grande saber traduzidos na atribuição das licenciaturas. Não é compreensível que depois de um estudante de Direito que tirou o 12º ano, mais 5 anos de Faculdade e pasme-se, mais 3 anos de Estágio, num total de 20 anos de estudo, e depois é-lhe negada a possibilidade de ser Advogado, porque foi para isso que estudou, a Família se endividou e não foi o “Mercado” que o afastou... O Dr. Marinho Pinto, não passou por este oneroso calvário e ao licenciar-se praticamente ganhou a sua carta de alforria, começando a exercer uma profissão apaixonante, chegando ao mais alto posto da hierarquia da Ordem dos Advogados, sem que alguém lhe fechasse as portas ou o deixasse no patamar de entrada.

O seu entendido apelo a que chumbem a maioria ou a totalidade dos Advogados Estagiários, atenta contra o principio da igualdade, da livre escolha e até da urbanidade para com os colegas que ao escolherem o curso de Direito dignificaram as Escolas que frequentaram, os Mestres que os ensinaram e compensaram as Familias que empenharam os anéis para que os filhos estudassem, não tendo a minima culpa das politicas seguidas pelos 27 Ministros da Educação nos 34 anos desta reles democracia e dos pérfidos negócios escondidos. Concluindo, é natural que se esteja contra o chumbo de qualquer licenciado em Direito, que chegou ao final do seu Estágio, que se compõe de uma parte teórica de aulas ministradas por Advogados experientes e sábios e depois com a prática diária nos escritórios dos Patronos e audiências nos Tribunais, terminando um ciclo de 20 anos de ininterupto estudo que deveria ser concluido com um relatório elaborado pelos Patronos e os competentes Professores que ao longo dos 3 anos visionaram, ensinaram e acompanharam nas Ordens Distritais dos Advogados, todos os colegas mais novos que não são menos licenciados do que os mais velhos que felizmente não passaram por este crivo saneador e humilhante.

O Bastonário, que tem defendido medidas ditas radicais não pode cair nesta contradição que o pode prejudicar na sua cruzada moralizadora que nunca se pode alcançar quando se pretende fazer tábua rasa do muito esforço, grande dedicação e que os critérios aferidores da competência só serão reconhecidos ou rejeitados quando se pode demonstrar na prática essa dedicação a uma causa. O País não tem excesso de licenciados, é até o pior dos 27 países da União Europeia na área do Ensino como o é no desenvolvimento, devendo-se isso à medíocre elite que sempre quiz manter os privilégios, e quando se sente ameaçada pelos filhos do povo, então toca a pôr cadeados nas portas.

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Comentários dos nossos leitores
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Pois é, tudo verdade.Mas o Bastonário também é um filho do povo, só que julga que já faz parte do "jet set" da advocacia.Olhe que não, Doutor, olhe que não!!!O bastonário deverá saber, wem primeiro ligar, qual as suas origens, e não andar a suspirar por outros mundos.
 

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