Edição de 26-08-2010
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Arquivo: Edição de 07-02-2008

SECÇÃO: Política

Investimentos locais

Desde os anos setenta do século XX que visito a vila de Albufeira do Distrito de Faro, hoje cidade sem que haja qualquer motivo aparente, para que Albufeira seja cidade, tal como acontece com outras vilas que passaram a cidade e aldeias que passaram a vilas, como Santa Luzia do concelho de Tavira, para só citar dois exemplos que muito bem conheço, para além de dezenas de casos, todos eles sem qualquer justificação, a não ser arranjar pequenos e grandes tachos políticos. Tudo isto não passa de uma saloiada das muitas que nos trouxe a chamada Democracia, que vivendo de aparências transformam localidades rurais em falsas cidades onde deveria valer a pena viver, independentemente da sua classificação territorial administrativa. Ora, Albufeira, a vila de Albufeira dos Pescadores que conheci, valia incomensuravelmente muito mais do que a ridícula cidade de Albufeira que não passa de uma monstruosa injecção de betão e cimento armado disposto de forma irregular e sem qualidade de vida para os seus habitantes e muitos visitantes que tem ao longo do ano, sobretudo nos meses de Junho, Julho e Agosto, embora já não venham como antes.

Mas, Albufeira, é o 2º ou 3º Concelho mais rico do País, daí que teria obrigação de aplicar bem o dinheiro dos seus munícipes que pelo que lemos na imprensa local tal não se verifica como escreve em editorial o nosso Director, Aleluia que relata a completa degradação da Freguesia de Paderne, outrora :”referenciada como a capital da cultura do concelho de Albufeira” e hoje uma pequena freguesia que passou de uma população de 500 habitantes há 40 anos, para menos de 100 habitantes actuais, onde 50% têm mais de 60 anos, na sua maioria viúvos. Isto revela como o investimento municipal é mal orientado para coisas e causas que não servem nem beneficiam as populações. O que lucra Paderne com os gastos de 60 mil contos com o fogo de artificio no final de cada ano em Albufeira ? O que enriquece Paderne com as constantes onerosas visitas de algumas dezenas de apaniguados a Cabo Verde, à Áustria, à BTL, aos shows de Verão, Outono, Inverno e Primavera, com cacheis milionários pagos a artistas vulgares e “famosos” das Revistas Cor de Rosa, de baixíssimo perfil humano, cultural e porque não dizer, moral, que custam milhões?

No final de cada ano são muitas centenas de milhares de contos, para melhor se perceber, gastos em coisas superfulas que nada acrescentam ao progresso e desenvolvimento do Concelho de Albufeira, especialmente das suas pequenas freguesias rurais de onde fogem os jovens que ali não encontram isentivos para se fixar, onde não há empregos, casas condignas para morar, centros de formação, campos para a prática de desportos, caminhos para circular, acessibilidades faceis de utilizar e mais que tudo, perspectivas de melhores dias no futuro que cada vez se apresenta mais negro, quando os eleitos municipais e locais e seus amigos andam num forrobodó ao longo dos 365 dias do ano e durante os 4 anos de mandato sem dar satisfações a ninguém, iludindo os cidadãos nos períodos eleitorais com falsas promessas, que eu não farei nas próximas eleições autárquicas.

Paderne, espelha este cenário confrangedor de promessas não cumpridas há 7 anos quando se prometeu que seria concretizado um Acesso directo à Via do Infante, que estou certo estaria feito, pago e repago, com os gastos em viagens, banquetes, bombas e bexeninas, prendas e folclore demagógico de cabazes de Natal e outras bijuterias, campanhas jornalisticas de Assessores de Imagem, concertos musicais de produção megalómana de custos astronómicos pagos a artistas portugueses e estrangeiros de duvidosa qualidade e de escolhas sempre discutíveis. Em 7 anos, não seriam só os Acessos de Paderne à Via do Infante, com as verbas mal gastas, pagar-se-ia uma enorme Autoestrada em todo o Concelho de Albufeira. A contrário, ressalta ali mesmo ao lado no Concelho de Loulé, a Freguesa de Boliqueime que respira saúde e “dispõe de todas as condições para um desenvolvimento harmonioso”, com a criação de um empreendimento que ultrapassa os 160 milhões de Euros (32 milhões de contos), saindo 40 milhões de euros (8 milhões de contos), dos cofres da Câmara Municipal de Loulé, que ao que parece não vai em processos demagógicos.

Este deve ser o bom investimento numa zona industrial e de serviços de dimensão europeia, cativando dezenas de Empresas que criam, supõem-se, mais de 1000 postos de trabalho, sobretudo ocupados por jovens profissionais e licenciados que infelizmente têm de emigrar por falta de respostas dos governantes centrais e autárquicos que mal baratam o dinheiro dos contribuintes naquilo de mais negativo para a economia nacional. Tão próximos e tão distantes estão as Freguesias de Paderne e Boliqueime, enquanto uma tem uma história brilhante e se afunda nas dificuldades, a outra renasce das cinzas, quando há 50 anos se batia para ombrear com a Vila de Paderne despromovida em 1910 e que por este andar, quando se comemorar os 100 anos da Republica em 2010, o Concelho de Albufeira terá menos uma Freguesia, porque Paderne, morreu.

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Comentários dos nossos leitores
joao
Gostei: Muito Concordo: Plenamente
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muito bem!!!
 
Gostei: Sem Opiniao ... Concordo: Sem Opiniao ...
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